segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Força

De braços caídos,
De olhares perdidos,
Sinto-me derrotado
Sou mais um falhado.

Nesta batalha travada
Fui mais um soldado,
A minha sorte foi traçada
Pelo lançamento de um dado.

Dá-me Força! Imploro-te!
Abandonado na escuridão
Cinjo-me à solidão,
Preciso de sentir-te! Tocar-te!

Tantas vezes caí e me levantei,
De costas nunca me deitei,
Toda esta guerra por ti
Vendi a minha alma por ti!

E mesmo assim
Permaneço tão, mas tão fraco
Enquanto não me dizes que sim,
Fico neste fundo buraco.

Vá lá, dá-me Força!
Basta um diálogo trocado
Por favor, estou cansado
Dá-me Força! A tua Força!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tudo, menos isto...


Rejeitado. Usado, como um pano no qual limpaste as Tuas mãos. Esquecido, como um velho livro numa biblioteca poeirenta. Incomodativo, como uma pastilha elástica que se prega à sola do Teu sapato.
É nisto que pensas quando Te lembras de mim? Não respondas! Era uma pergunta retórica. Já sei a resposta para esta pergunta. Custa-me olhar para Ti, pois não Te consigo decifrar. Permaneces uma incógnita para mim ao contrário daquilo que pareço ser para Ti. Tu sabes ler-me, sou como um livro aberto aos Teus olhos. Eu fecho-me, mas Tu sabes como me abrir. Sou desvendado.
Sozinho, penso em Ti e choro. As lágrimas limpam-me de Ti. Pensar em Ti suja-me a mente.
Espero tudo, menos isto...
[Fotografia - Sara Costa]