terça-feira, 14 de julho de 2015

Numa Noite


Chegou a noite. Trouxe o vazio com ela. O vazio é bom. Faz-me pensar. É necessário e indispensável submeter-me a estes momentos de introspecção e poder auto-avaliar-me. E, neste momento, em que me sinto perdido, preciso parar e procurar dentro de mim as respostas às perguntas que ainda desconheço.

Assim que o silêncio se deita ao meu lado, sinto-me sozinho. Sinto-me completamente incompleto, com falta de essência. Essencialmente é somente isso que me falta. Sou demasiado leve. Preciso de um núcleo duro. Algo que me preencha. Que me impeça de levitar ao sabor de ventos que eu tento soprar.

Preciso de um coração. Não de um… De mais um! Não o quero tirar a ninguém. Quero que me seja entregue. Mas quero conquistá-lo. Só que, não sei como o fazer. Onde vou para conquistar um coração? Existe um concurso? Uma competição? Eu não sei. Acho que nunca o soube. Sou demasiado perdido em pensamentos para conseguir pensar em sentimentos… Quanto mais senti-los!

Só sei que me sinto não sei bem o quê. Preciso de um mapa! Uma rota! Um caminho! Uma luz! Algo que me guie… E tenho de consegui-lo sozinho. Para que nunca mais me sinta assim, só. Somente eu. Somente um coração. Um coração que não sabe sentir, mas que quer muito, muito, muito aprender. E talvez um dia um consiga. Numa noite.