Chegou a noite.
Trouxe o vazio com ela. O vazio é bom. Faz-me pensar. É necessário e
indispensável submeter-me a estes momentos de introspecção e poder auto-avaliar-me.
E, neste momento, em que me sinto perdido, preciso parar e procurar dentro de
mim as respostas às perguntas que ainda desconheço.
Assim que o
silêncio se deita ao meu lado, sinto-me sozinho. Sinto-me completamente
incompleto, com falta de essência. Essencialmente é somente isso que me falta.
Sou demasiado leve. Preciso de um núcleo duro. Algo que me preencha. Que me
impeça de levitar ao sabor de ventos que eu tento soprar.
Preciso de um
coração. Não de um… De mais um! Não o quero tirar a ninguém. Quero que me seja
entregue. Mas quero conquistá-lo. Só que, não sei como o fazer. Onde vou para
conquistar um coração? Existe um concurso? Uma competição? Eu não sei. Acho que
nunca o soube. Sou demasiado perdido em pensamentos para conseguir pensar em
sentimentos… Quanto mais senti-los!
Só sei que me sinto
não sei bem o quê. Preciso de um mapa! Uma rota! Um caminho! Uma luz! Algo que
me guie… E tenho de consegui-lo sozinho. Para que nunca mais me sinta assim,
só. Somente eu. Somente um coração. Um coração que não sabe sentir, mas que
quer muito, muito, muito aprender. E talvez um dia um consiga. Numa noite.