sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Compositores de um Caso: Reflexões Compartilhadas


Se neste momento ouvisses a minha voz
Se neste momento percebesses o meu pensamento
Se a união de tu e eu fosse nós
Se entendesses a complexidade deste sentimento...


Se o mar que ouves fosse aquele,
Aquele que a noite acompanha
Se aquele doce passado não voltasse
Não estaria nesta situação estranha...


Se eu não temesse tanto o futuro
Quanto o desejo abraçar,
Se não existisse este infindável muro
Que me impede de te amar...


Se eu encontrasse a solução,
As respostas que a alma pretendia
Se eu fosse mais forte que o amor
Juro que não te amaria...


Se eu fosse maior que esta emoção
Este não seria o nosso conto,
Se dominasse o meu coração
Esta relação teria um ponto [final]...


Se houvesse um tempo para me controlar,
Encontraria a paz para a alma
Se eu estivesse onde preciso seria
Uma pena a cair com doce calma...


Se o elo que nos junta
Não fosse uma complexidade composta,
Se eu não temesse a pergunta
Ouviria o murmúrio da tua resposta...


Se todas as perguntas dependessem de mim
Desejaria saber se as respostas seriam ideais
Se outrora possuísse o conhecimento
As atitudes jamais seriam iguais...


Se cada gesto, cada palavra tua
Não me marcasse como uma tatuagem,
Se observasse a verdade nua
Talvez este fosse um amor de passagem...


Se juntos pudéssemos entrar naquele mundo
Aquele que me acompanha em pensamento
Se pudéssemos sentir e permanecer
Num eterno e doce momento...



Se a porta a que bato
Se abrisse para mim voluntariamente,
Se este amor fosse um facto
E não uma ilusão permanente...


Pedro e Cristina

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Fracturado

Sinto, mas não tudo. Sinto a totalidade, mas somente de cada parte.
Estou fracturado.
Não tenho noção do que é a minha constituição. Não percebo a razão desta sensação.
Permaneço aqui, ou, pelo menos aquilo que resta do que costumava ser eu continua nestas andanças...
Tenho necessidade de me compreender, de me completar, de reunir as peças do puzzle por decifrar, mas não tenho energia suficiente...
A minha vontade é deixar-me levar, pedacinho por pedaço. Deixar a água do mar lamber-me e dissolver-me, permitir que faça parte da sua imensidão...
Não temo ser pequeno... Nunca fui grande! Apenas, quero ser menor. E ser até deixar de ser...