Rejeitado. Usado, como um pano no qual limpaste as Tuas mãos. Esquecido, como um velho livro numa biblioteca poeirenta. Incomodativo, como uma pastilha elástica que se prega à sola do Teu sapato.
É nisto que pensas quando Te lembras de mim? Não respondas! Era uma pergunta retórica. Já sei a resposta para esta pergunta. Custa-me olhar para Ti, pois não Te consigo decifrar. Permaneces uma incógnita para mim ao contrário daquilo que pareço ser para Ti. Tu sabes ler-me, sou como um livro aberto aos Teus olhos. Eu fecho-me, mas Tu sabes como me abrir. Sou desvendado.
Sozinho, penso em Ti e choro. As lágrimas limpam-me de Ti. Pensar em Ti suja-me a mente.
Espero tudo, menos isto...
[Fotografia - Sara Costa]
2 comentários:
A necessidade de libertação acompanha-nos sempre que a mágoa acompanha o coração.
Gostei daqui
bj
apesar da mágoa implicita, nao posso deixar de dizer que o texto está extremamente profundo e lindo. O meu preferido sem dúvida alguma...
Tenho imensa pena de não adicionares mais textos.
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