quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

E Nunca a Noite Foi Tão Fria



São horas do dia partir e o Sol põe-se por detrás da linha do horizonte, escondendo-se rapidamente para que a Lua não o alcance com o olhar. O manto negro começa a cobrir o céu, enfeitado de estrelas que, nesta noite precária e frágil, parecem ter um brilho baço. Até o vento, que normalmente é atrevido e ruidoso, hoje permanece quieto, brincando apenas com as folhas que decoram o passeio.

E, nesta noite em que tudo parece errado e deslocado, tu faltas-me. A tua ausência faz-se notar na minha cama, que está desabitada. Eu não me atrevo a nela deitar-me, pois seria como mergulhar num poço de recordações que, pela sua intensidade, me deixaria sem respirar. Então, aprecio a cama vazia, em honra das noites em que passámos horas abraçados, a sonhar um com o outro.

Um arrepio de frio desce-me pela coluna, assim que recordo do quão reconfortante era o calor do teu corpo. Lembro-me de como era extasiante sentir a tua pele pressionada contra cada centímetro do meu corpo; de como era divinal deixar os nossos lábios serem livres para percorrer os trilhos proibidos, aqueles que nos deixavam em delírio.

No entanto, tudo isso acabou numa fria noite de Dezembro. Eu disse-te palavras pequenas de mais para a minha boca e grandes demais para o teu coração e tu, fraquejaste e partiste. Deixaste-me num estado de dormência, sem qualquer reacção a não ser sentir a tua falta. E nunca a noite foi tão fria como é agora que estou sem ti.

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