terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Odeio.


Às vezes pergunto-me se serás dotada dos atributos mentais que dizes possuir. E sim, falo da tua inteligência! Terei que soletrar-te um "não" para que possas aperceber-te de todo o simples significado da palavra? No meu mundo há limites e, deixa-me que te diga, se voltas a passar da barreira estabelecida só te vais magoar...

Eu não gosto de sombras a percorrer o mesmo caminho que os meus pés percorrem. Eu não gosto de outros ouvidos a escutarem as palavras que seguem o trilho dos meus ouvidos. Eu não gosto que mais nenhum olhar se foque no ponto em que os meus olhos estão focados. Eu não gosto que suguem os odores que estão destinados a serem captados por mim. Eu não gosto que agarrem o que o meu toque estava destinado a sentir. Na verdade, odeio tudo isso...

Precisas de te concentrar no teu rumo e deixar de seguir as minhas passadas. Os bebés da tua idade já não choram quando lhes é roubado o seu doce. Contudo, tu choras por todos os doces que nunca chegaste sequer a possuir. Faz-te pessoa e limpa as lágrimas do teu rosto. Não te escondas por detrás de bochechas ruborizadas, sorrisos forçados ou garrafas vazias. E cresce.

Digo-te: eu odeio tudo o que te disse.

2 comentários:

Vanessa Kiekeben disse...

As perspectivas exageradas que um poeta usa para que as coisas tomem determinado rumo são realmente impressionantes.
Denoto tanta raiva neste texto, só não consigo perceber porquê. Muito sinceramente, não sei se me compete tentar. Apenas sei que este texto soa tanto a ponto final.
Mas sem lágrimas, sem sorrisos... apenas.

Vanessa Kiekeben disse...

ps: para mim, janeiro chegou mais cedo.